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rogiel pereira silva



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trabalho do livro Escrava Isaura

Livro A Escrava Isaura - Bernardo Guimarães

Analise do livro
Em a Escrava Isaura, a temática abolicionista é tratada com simpatia e a ação se Passa no Rio e em Recife. A nota abolicionista soa neste romance considerado uma réplica do Uncle Tom"s Cabim, de Harriet Beecher Stowe. (EEUU, 1851) (A cabana do Pai Tomás, nacional) .
Tem como enredo as aventuras e desventuras de uma bela escrava que fugindo da luxúria de seu senhor, Leôncio, encontra um jovem, Álvaro , de idéias igualitárias, que a liberta do cativeiro e casa-se com ela. Embora posto a serviço da causa abolicionista , é interessante observar o cuidado com que Bernardo branqueia a personagem, fazendo-a mais branca que as brancas.

Resumo do livro
Em uma magnífica fazenda, no município de Campos de Goitacases (RJ), morava Isaura, uma linda escrava de cor de marfim. Isaura era filha de uma bonita escrava que por não se sujeitar aos sórdidos desejos do senhor comendador Almeida (dono da casa) sofreu as mais terríveis privações. Esta escrava teve um caso com o feitor Miguel, que era um bom homem e não aceitou castigá-la como mandou o seu senhor, sendo Isaura fruto desse relacionamento. Isaura foi educada pela mulher do comendador, e era dotada de natural bondade e candura do coração além de saber ler, escrever, italiano, francês e piano. A mulher do comendador tinha desejo de libertar Isaura, porém não o fazia para conservá-la perto e assim ter companhia.
O Sr. Almeida se aposenta, retirando-se para a corte e entrega a fazenda a seu filho Leôncio. Este era digno herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador. Casou-se por especulação. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor. Ele chega à fazenda com sua mulher - Malvina - e seu cunhado - Henrique. Malvina era mulher dócil e tratava Isaura muito bem. Henrique era um filho rico, estudante de medicina, e também ficou tocado pela beleza de Isaura. Morre a mãe de Leôncio sem deixar testamento que libertasse Isaura.
Henrique rapidamente percebe as intenções de Leôncio para com Isaura. Temendo que ele traia sua irmã, adverte-o que não tolerará tal ato. Henrique se oferece como amante para Isaura e daria em troca sua liberdade. O jardineiro da fazenda, um ser disforme e objetável, também se oferece como amante. Isaura não dá atenção a essas propostas, e diz nunca casar sem amor. Leôncio é avistado por Henrique e Malvina quando fazia semelhante proposta à Isaura. Malvina sentencia: ou ela (Isaura) ou eu. No mesmo momento da calorosa discussão, aparece o pai de Isaura com o dinheiro suficiente, uma enorme quantia de 10 contos de réis, para comprar a liberdade dela conforme havia prometido o comendador Almeida. Leôncio não aceita o dinheiro e dá desculpas vazias.
Morre o pai de Leôncio e ele finge imensa tristeza por dias, o que o alija temporariamente de brigar com a mulher. Passado certo tempo, Malvina continua a pressão para que se liberta Isaura. Com as desculpas e adiamentos de Leôncio, ela decide voltar à casa do seu pai. A sua saída era caminho livre para os intentos indecentes de Leôncio. Como Isaura continuava a resistir, Leôncio ameaça com torturas. Miguel, sabendo do acontecido, decide fugir com Isaura para o Norte.
Chegando em Recife, a linda Veneza Americana, Isaura muda seu nome para Elvira e Miguel para Anselmo passando a morarem numa chácara no bairro de Santo Antônio. Álvaro era um moço rico, filho de uma distinta e opulenta família, liberal, republicano e abolicionista extremado. Ele avista Isaura ao passear perto da sua chácara e a conhece, passando a visitá-la constantemente. Álvaro se utiliza de todos os meios para convencer Isaura a ir a um baile com ele. Isaura não queria ir para não enganar a sociedade e iludir o seu amante. Ela por diversas vezes tentou contar a Álvaro que se tratava de uma escrava fugida, mas não tinha coragem. Ela só aceita ir diante do argumento de que tanta reclusão estaria despertando a atenção da polícia. Isaura sente um mau presságio desse baile.
No baile, Isaura se destaca no meio de todas as mulheres devido a sua beleza e por tocar muito bem piano. Contudo, é reconhecida por Martinho - um estudante de sórdida ganância e espírito de cobiça - que havia guardado um anúncio de escravo fugido. Ele provoca um escândalo durante o baile e Isaura confessa diante de toda a sociedade se tratar de uma escrava. Álvaro, não obstante, defende-a e devido a sua influência a toma por fiador, sem deixar que ela caísse nas mãos imundas de Martinho. Este, sem conseguir levá-la, escreve para Leôncio informando que havia achado sua escrava.
Graças a valiosa intervenção de Álvaro, Miguel e Isaura continuam na sua chácara em Santo Antônio na espera das ações que ele havia prometido tomar. Isaura conta que fugiu para escapar do amor de um senhor libidinoso e cruel. Enquanto Álvaro se encontrava na chácara, Leôncio aparece para sua surpresa e exige levar Isaura. Leôncio encontrava-se munido de um mandado de prisão contra Miguel e guardas para levar sua escrava. A aparição é seguida de forte discussão e Álvaro avança contra Leôncio. A briga é cessada com a aparição de Isaura que se entrega ao seu senhor.
Isaura volta a fazenda onde fica na mais completa reclusão. Leôncio se reconciliara com Malvina, pois iria precisar do seu dinheiro. Miguel é ludibriado na cadeia e convencido a tentar persuadir Isaura a se casar com Belchior, o jardineiro da fazenda, em troca da liberdade sua e da filha.
Isaura aceita o sacrifício pois estava sem forças e sem esperança. Leôncio já havia tomado todas as providências para o casamento, quando é informado que alguns cavalheiros chegaram. Pensando se tratar do vigário e do tabelião, mando-os entrar. É tomado de surpresa ao avistar Álvaro. Este tinha ido ao Rio de Janeiro e descobre com alguns comerciantes que Leôncio estava falido. Compra os seus créditos e fica dono de toda a dívida de Leôncio.
Álvaro afirma a Leôncio que nada mais o pertence, que toda a sua fazenda incluindo os escravos passavam a ser dele com a execução dos débitos. Isaura abraça Álvaro. Leôncio jura que nunca irá implorar a sua generosidade para abrandar a dívida. Ele ausenta-se da sala e se suicida.

Caracteristicas dos personagens
Comendador Almeida (Dono da Fazenda):
um homem rude, imundo, avarento e canalha.
Feitor Miguel (pai de Isaura e Capataz da Fazenda):
homem bom e forte. Tratara bem aos escravos.
Juliana (mãe de Isaura):
Era a mais linda escrava e sofria de privações, por não querer ser amante do Comendador Almeida.
Leôncio (filho do Comendador Almeida):
mau caráter, dominador, mandão mais de boa aparência.
Malvina (esposa de Leôncio):
mulher dócil e bonita.
Henrique (cunhado de Leôncio):
rapaz bom, estudioso e rico.
Elvira e Anselmo :
(nomes de Isaura e Miguel, quando fogem e vão morar em Recife)
Álvaro (abolicionista):
moço bonito, rico, liberal e republicano.
Martinho (estudante):
ganancioso e desprezível, cabeça grande, cara larga, feições grosseiras, olhos pardos e pequeninos.
Belchior (Jardineiro):
um ser disforme e desprezível. É o símbolo da estupidez submissa e também sua descrição física se presta a demonstrar sua conduta: feio, cabeludo, atarracado e corcunda.
Dr. Geraldo:
é um advogado conceituado, que serve como fiel da balança para Álvaro, já que procura equilibrar os arroubos do amigo, mostrando-lhe a realidade dos fatos.
Leôncio:
é o vilão leviano, devasso e insensível que, de “criança incorrigível e insubordinada” e adolescente que sangra a carteira do pai com suas aventuras, acaba por tornar-se um homem cruel e inescrupuloso. Homem de aparência rude era o herdeiro de todos os maus instintos e devassidão do comendador, seu pai. Nutre por Isaura o mais cego e violento amor.
Isaura:
Uma escrava branca, da cor do marfim, magra, estatura pequena, cabelos longos, muito bonita, pura, virginal, possuía um caráter nobre, inteligente, era dotada de natural bondade e muito singela de coração, além disso, sabia ler e escrever, falava italiano, francês e tocava piano.

Vocabulario

Sórdidos: sujo, imundo, nojento.
Candura: cândido, singelo.
Devassidão: devasso, libertinagem.
Especulação: investigação.
Disforme: desfigurado, horroroso.
Opulente: abundância, luxo, grande riqueza.
Ganância: anciã exagerada de ganho.
Reclusão: Prisão.

Biografia do autor
Bernardo Guimarães
1825 - Nasce no dia 15 de agosto, em Ouro Preto, Minas Gerais, Bernardo Joaquim da Silva Guimarães, filho do poeta João Joaquim da Silva Guimarães e de Constança Beatriz de Oliveira Guimarães.
1829 - Os pais de Bernardo Guimarães mudam para Uberaba, Minas Gerais, onde o futuro poeta e romancista começa os estudos. Mais tarde, no poema Saudades do Sertão do Oeste de Minas, Bernardo relata suas emoções com a natureza da "ubérrima Uberaba".
1842 - Bernardo Guimarães participa da revolução liberal. Segundo informações que o biógrafo Basílio de Magalhães obteve da viúva de Bernardo, o poeta aderiu aos legalistas, contra portanto os rebeldes.
1847 - Inicia o curso de Direito. Na Faculdade de Direito de São Paulo, torna-se amigo inseparável do poeta Álvares de Azevedo e de Aureliano Lessa. Com outros estudantes, os três fundam a Sociedade Epicuréia, a qual são atribuídas "coisas fantásticas" que repercurtem na sociedade paulistana, assinala o biógrafo Basílio de Guimarães.
1851 - O professor Prudêncio Giraldes Tavares da Veiga Cabral, catedrático de Direito Civil Pátrio, reprova Bernardo Guimarães.
1852 - No dia 15 de março, submete-se a novo exame, conseguindo o bacharelado. Publica Cantos da Solidão, poesia, pela Tipografia Liberal, de São Paulo. Assume o cargo de juiz municipal e de órfãos do termo de Catalão, em Goiás. Exerce o cargo até 1854.
1858 - Muda para o Rio de Janeiro. Publica a segunda edição de Cantos da Solidão, a qual acrescenta Inspirações da Tarde.
1859 - Inicia atividade como jornalista e crítico literário em Atualidade, jornal fundado pelo seu amigo e também mineiro Flávio Farnese.
1860 - A Voz do Pajé é encenada em Ouro Preto. A peça só foi publicada em 1914 na segunda edição de Bernardo Guimarães - Perfil biobíblio-literário, de Dilermando Cruz.
1861 - Volta a Goiás e no dia primeiro de março reassume o cargo de juiz municipal e de órfãos a termo de Catalão. Nessa época, ocorre um dos causos famosos de Bernardo Guimarães. Ao assumir interinamente o juizado de Direito e impressionado com o mau tratamento que os presos recebiam, Bernardo convoca uma sessão extraordinária de júri para julgar 11 réus. Foram todos absolvidos e soltos imediatamente. O presidente da província, José Martins Pereira de Alencastre, move processo contra Bernardo. O processo não dá em nada em função de mudanças no Governo, o juiz titular (Virgínio Henriques Costa) é transferido para uma comarca vizinha e Bernardo ocupa o cargo até 1863.
1864 - Muda-se de novo para o Rio de Janeiro.
1865 - Publica Poesias, contendo Cantos da Solidão, Inspirações da Tarde, Poesias Diversas, Evocações e A baía de Botafogo.
1866 - Passa a viver em Ouro Preto, onde é nomeado professor da cadeira de retórica e poética do Liceu Mineiro.
1867 - No dia 15 de agosto, casa-se com Teresa Maria Gomes. O casal tem oito filhos: Horácio, Afonso, Bernardo, Pedro, José, João, Isabel e Constança.
1869 - Publica O Ermitão de Muquém ou História da fundação da romaria de Muquém, na província de Goiás, edição da Casa Garnier.
1871 - Edita Lendas e romances, contendo Uma história de quilombolas, A garganta do inferno e A Dança dos Ossos. Edição da Casa Garnier (a maioria de seus livros foi por essa editora).
1872 - Publica o romance O Seminarista, o Garimpeiro e o volume de Histórias e Tradições de Minas Gerais, contendo A cabeça de Tiradentes, A filha do fazendeiro e Jupira.
1873 - Volta a lecionar, agora latim e francês, nomeado pelo governo como professor em Queluz, Minas. Sempre pela Garnier, publica o romance O Índio Afonso e o canto elegíaco A morte de Gonçalves Dias.
1875 - Publica o romance abolicionista A Escrava Isaura, pela Garnier. De toda sua obra, esse livro é o mais popular. Nesse mesmo ano, segundo o biógrafo Basílio de Magalhães, é publicado o volume o Elixir do Pajé, que, além do poema que dá nome ao livro, contém A Origem do Mênstruo.
1876 - Publica o volume Novas Poesias.
1877 - Saem os romances Maurício ou Os paulistas em São João Del-Rei.
1879 - Publica num só volume o romance A Ilha Maldita e o conto O pão-de-ouro.
1881 - De passagem a Minas, o imperador Dom Pedro II presta homenagem ao escritor.
1883 - Publica o romance Rosaura, a enjeitada e o seu último livro de poesas, Folhas do outono.
1884 - Morre em Ouro Preto no dia 10 de março

Caracteristica do periodo literario
ROMANTISMO
O homem conquista liberdade para sonhar e sentir.

No inicio do século XIX, os burgueses encontram-se num período ascendente. Observa-se o seu progresso político, econômico e social. Duas idéias acentuadamente defendidas: o liberalismo e o nacionalismo.
Como ideologia burguesa que se opõe ao absolutismo, o liberalismo propõe a valorização individual do homem, a partir do momento em que defende os direitos ou liberdades de pensamento e expressão.
Com a revolução industrial, a burguesia torna-se a classe economicamente dominante. Apesar de o proletariado ter lutado ao seu lado, na Revolução Francesa, contra o regime absolutista e ter desempenhado papel fundamental na transformação da sociedade, é a burguesia que se apodera de todos os privilégios.
Para entender com clareza o Romantismo é necessário retornar a Revolução Francesa e a Revolução Industrial e suas conseqüências.

Com a Revolução Francesa, ocorre a queda do Antigo Regime, altera-se a estrutura da sociedade e a burguesia triunfa.
Com a Revolução Industrial, alteram-se as relações comerciais e de trabalho.
As duas revoluções provocaram no homem da época uma nova postura frente à realidade: a percepção de que os valores não são absolutos e de que os fatos da historia são relativos, porque viveu a experiência de fazer desmoronar a velha cultura e destruir uma nova.
Essa transformação é evidenciada na literatura. O escritor romântico rompe com as formas tradicionais e rígidas do período clássico e conquista a liberdade de expressão, volta-se para seu mundo interior e faz uma leitura da realidade. Assume uma postura nacionalista , mergulha em seu passado.

Faz renascer o herói capaz de enfrentar tudo.
O escritor romântico idealiza a sociedade, o homem, o amor. Quando entra em contato com seus sentimentos mais íntimos, emerge o lirismo. A natureza, o amor, a mulher, a religião são exaltados em toda a sua plenitude.
Os versos livres foram adotados e a mitologia grega é substituída pelo medievalismo.
A linguagem torna-se mais simples, mais comunicativa.

Elementos como cor e imagens, figuras com hipérbole, exclamação, comparação, metáfora e prosopopéia emergem como forma de representação dos estados de alma do escritor.
Entre todos os gêneros literários, o que teve maior destaque foi o romance, por ser uma forma de expressão acessível ao nosso público, composto essencialmente de jovens e mulheres, que procuravam na literatura a projeção de seus conflitos emocionais.

Principais escritores:

- Alexandre Herculano (1810 – 1877)

Obras:

- Romances históricos:
• O bobo (1843)
• Eurico o presbítero (1844)
• O monge de Áster (1848)
- Novelas e contos:
• Lendas e narrativas (1851)

- Camilo Castelo Branco (1825 - 1890)

Obras:

- Novelas passionais
• Amor de perdição (1862)
• Amor de salvação (1864)
• A doida do condal (1867)