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rogiel pereira silva



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Trabalho do livro Inocência

LIVRO INOCENCIA - Autor: Visconde de Taunay

Analise do livro
O ponto de vista externo define o narrador de Inocência como um narrador onisciente, que é tendência dominante na narrativa romanesca do século XIX. É o modelo clássico, que confere plenos poderes a uma só focalização: tudo é apresentado a partir de um único ponto, com onisciência e onipresença. Esse é, sem dúvida, um modelo narrativo que atende às necessidades do romance regionalista, que focaliza a vida, os costumes, os valores sociais a partir de um único ponto de vista.

Caracteristicas dos Personagens
INOCÊNCIA - é filha dos sertões(capítulo XIX), como ela própria se define, mas todos, até seu pai, vêem nela feições de moça da cidade. Para o pai, ela é uma menina, apesar dos 18 anos, bonita, arisca, carinhosa, feiticeira, esquisita. Criada sem mãe, relacionava-se muito bem com as graúnas e os bichos da fazenda. Quando criança, pediu ao pai para aprender a ler.
Inocência é uma sertaneja, mas não aquela sertaneja envolvida com o mundo produtivo da vida rural: não é camponesa, nem pastora, nem doméstica. É apenas uma sertaneja romântica, bela, frágil, doente.
CIRINO - é moço da cidade que, antes de se aventurar a percorrer o sertão curando doenças, enfrentou o desafio de transformar suas experiências Farmacêuticas em conhecimento médico. Daí sua disposição em desbravar lugares distantes e perdidos no sertão.
Quando a ação se inicia, conta aproximadamente 25 anos e apresenta-se distintamente: traja-se bem, tem ar circunspecto e decidido. Cirino herdara do pai a facilidade no manejo das ervas e das drogas curativas. Curioso mais que estudioso, enveredara pelo sertão munido de mezinhas e de um livro de medicina, sem, contudo, ter licença para medicar. Graças ao amor que dedicava à profissão, era uma pessoa de nobre caráter.
MEYER - O viajante alemão é uma figura que excede os personagens românticos, criando um contraste com eles. Meyer é um personagem funcional: sua função é criar circunstâncias de ação para outros personagens. Criou a grande armadilha para Pereira, deixando livre o espaço para a atuação de Cirino; criou também condições para que surgisse um outro sentido para Inocência. É em tomo de sua figura que podemos interpretar a grande metáfora do romance, como situaremos mais adiante.
TICO - Como cão de guarda de Inocência, Tico investe-se de um poder inacreditável: tudo sabe, tudo vê e é capaz de estar nos mais variados lugares numa fração de segundos. Tico é um olho onipresente e onisciente, mas nada pode dizer.
Quando Cirino vai medicar Inocência ao meio-dia, ele resiste a abrir-lhe a porta; só o faz porque Inocência manda. Mesmo assim, através de gestos grosseiros, manda o doutor permanecer fora da casa enquanto ele vai chamar a cozinheira para fazer café. Desde o início revela-se antagonista de Cirino.
MANECÃO - É muito curioso que o homem a quem Pereira promete sua filha querida em casamento seja o grande ausente da história. Sabemos que ele viajara para negociar gado e para providenciar os documentos do casamento. Nada mais.
Durante a história é impossível fazer qualquer tipo de avaliação sobre sua pessoa que já não esteja carregada pela visão dos outros personagens. Ao mesmo tempo é estranho que uma pessoa sem nenhuma referência, imagem ou personalidade tenha poder de decisão sobre a vida de Inocência e de Cirino. A própria Inocência não tem nada a dizer sobre o homem com quem vai dividir o resto de seus dias.

Resumo do livro: Inocência
O romance é ambientado na confluência dos Estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Órfã de mãe desde o nascimento, Inocência é criada pelo pai, Pereira, um mineiro afetuoso, um sujeito conservador, durão, para quem os valores da palavra, da honra estão acima de tudo, até da felicidade da filha que ele ama.
Pereira decide casar Inocência com Manecão Doca, homem honrado, trabalha-dor, rude e que acumulou fortuna.
A história conta sobre Cirino, um prático de enfermagem que se apresentava como médico (curandeiro) que errava pelo sertão e acaba na casa de Pereira. Ele cura Inocência, filha deste, de malária e apaixona-se. Cirino foi o primeiro homem a despertar realmente as emoções do amor, criando nela uma grande perturbação íntima, pois estava prometida a Manecão. Aparece depois Meyer, um naturalista alemão, que viajava em busca de insetos, que após inocentemente elogiar a beleza de Inocência, passa a ser vigiado incessantemente por Pereira, dando oportunidade a Cirino de comunicar-se mais facilmente com a moça.
Meyer fica por lá por que trazia uma carta de recomendação de Francisco (Chico) irmão de Pereira e sai mais tarde de volta a Saxônia para apresentar uma nova espécie de rara beleza que encontrou, à qual dá o nome de Papilio lnnocentia (uma borboleta). Tinha também o anão Tico, espécie de cão de guarda de Inocência.
Com a partida de Meyer, as coisas se complicam, aumentando o medo de Inocência, que teme uma reação violenta do pai caso venha a saber do romance. A jovem instrui Cirino a procurar seu padrinho para que ele convença Pereira a concordar com o rompimento do compromisso com Manecão.
Inocência herdeira da teimosia do pai, não abre mão de seu amor, então comunica ao pai a intenção de não se casar, inventa que sonhou com a mãe e esta lhe disse que o casamento não deveria se realizar. A jovem quase consegue atingir seus objetivos, quando derruba sua história. Ela, não conheceu a mãe, portanto não sabia que ela tinha um sinal no rosto, então ela pede desculpas ao pai, que declara que prefere vê-la morta a vê-la desonrada.
Na ausência de Cirino, porém, o romance é descoberto através de Tico.
Enquanto Cirino está fora Inocência e Manecão, se encontram e ela se recusa a viver com ele. A suposta desonra leva Manecão a perseguir e matar Cirino, que morrendo encontra o padrinho de Inocência que vinha lhe ajudar. Inocência também morre, só que de tristeza em face da ausência definitiva do amado.

Biografia do Autor
VISCONDE DE TAUNAY (1843-1899)
Vida: Alfredo d"Escragnolle-Taunay nasceu no Rio de Janeiro, no seio de uma família aristocrática e dada às artes. Seu avô paterno, Nicolau Antônio, viera da França para fundar a Academia de Belas Artes do Rio de janeiro. Seu pai, o também pintor Félix Taunay, tornara-se preceptor de d. Pedro II. Induzido pelos familiares a abraçar a carreira das armas, Alfredo cursou engenharia na Escola Militar e como segundo tenente participou da expedição que tentou repelir os paraguaios que dominavam o sul da província de Mato Grosso. A derrota militar que se seguiu, ocasionada pela falta de víveres e pelo cólera, seria retratado de forma pungente em A retirada de Laguna, relato escrito em francês, já que o futuro visconde era bilíngüe.
Finda a Guerra do Paraguai tornou-se professor de geologia da Escola Militar. Em 1872, publicou Inocência, espécie de Romeu e Julieta sertanejo, certamente a sua principal obra. Foi nomeado presidente da província de Santa Catarina e depois presidente do Paraná. Em 1886, alcançou o Senado, mas por fidelidade ao Imperador, abandonou a política após a proclamação da República. Diabético, morreu na capital federal com cinqüenta e seis anos incompletos.
Obras principais A retirada da Laguna (1871); Inocência (1872).
Visconde de Taunay é o mais interessante dos ficcionistas do sertanismo romântico, embora tenha publicado apenas um romance dentro da referida linhagem.

Caracteristicas do periodo literario
Foi através da poesia lírica que o romantismo ganhou formato na literatura dos séculos XVIII e XIX. Os poetas românticos usavam e abusavam das metáforas, palavras estrangeiras, frases diretas e comparações. Os principais temas abordados eram : amores platônicos, acontecimentos históricos nacionais, a morte e seus mistérios. As principais obras românticas são: Cantos e Inocência do poeta inglês William Blake, Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto do alemão Goethe, Baladas Líricas do inglês William Wordsworth e diversas poesias de Lord Byron. Na França, destaca-se Os Miseráveis de Victor Hugo e Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas.